Endometriose

 

 Doença que pode dificultar a gestação. Cerca de 40% das mulheres com o problema são inférteis.

O que é?

 

Doença na qual partes do endométrio, camada que se forma no útero para receber o óvulo fecundado, são expulsas durante a menstruação e se instalam em outros órgãos do corpo.

Incidência

 

 

  • 10% a 15% das mulheres em geral sofrem do problema;
  • 25% das mulheres acima de 35 anos têm endometriose;
  • Em 79% dos casos, o tecido se instala nos ovários;
  • Mulheres brancas, acima dos 20 anos, têm maiores chances de sofrer de endometriose.

Locais onde surge o problema

 

1 - Trompas;
2 - Superfície do útero;
3 - Bexiga;
4 - Útero;
5 - Fundo do saco;
6 - Septo reto-vaginal;
7 - Ovários.

O processo

1 - Interior do útero;
2 - Endométrio;
3 - Parede interna do útero.

O endométrio é a camada interna do útero que se refaz a cada ciclo menstrual. Sua função é a de nutrir o ovo até que se forme a placenta.

1 - Interior do útero;
2 - Endométrio;
3 - Parede interna do útero.

Até a metade do ciclo menstrual - fase ovulatória - o endométrio cresce estimulado pelo hormônio estrogênio. É o momento de esperar o óvulo fecundado.

1 - Interior do útero;
2 - Endométrio;
3 - Parede interna do útero.

Na outra metade do ciclo, essa camada torna-se espessa e é estimulada pelo hormônio progesterona. Seria a fase de alimentar o embrião.

1 - Interior do útero;
2 - Endométrio;
3 - Parede interna do útero.

O sangue da menstruação significa a expulsão do endométrio. O problema surge quando focos do tecido sofrem refluxo e se instalam fora do útero.

1 - Trompa;
2 - Ovário;
3 - Intestino;
4 - Bexiga.

Mesmo fora do útero, os focos do endométrio recebem os estímulos hormonais e crescem. Quando a mulher menstrua, esses pontos também sangram.

Sintomas

 

 

  • Cólica menstrual intensa e com aumento progressivo da dor;
  • Em alguns casos, pode provocar dor durante a relação sexual;
  • Quando parte do tecido se instala na bexiga, a mulher pode ter dificuldade para urinar;
  • Se o endométrio se fixa no intestino, podem surgir fortes cólicas;
  • Quando a endometriose altera a anatomia da pélvis, devido às obstruções na trompas e às aderências de órgãos, a mulher pode se tornar infértil. É uma conseqüência, muitas vezes, reversível.

Causas

 Muitas teorias tentam explicar a endometriose, porém ainda não existe nenhuma completamente reconhecida. O refluxo é a tese mais aceita - é quando o sangue, ao invés de sair completamente durante a menstruação, sobe pela trompas e se instala em outros órgãos.

É normal haver refluxo durante a menstruação, porém nem todas as mulheres desenvolvem a doença. Acredita-se que uma deficiência imunológica faça a diferença nesses casos. Certas mulheres têm endometriose porque suas células de defesa não conseguem destruir o tecido que se instalou em outros locais do corpo. A herança genética também pode interferir para o surgimento do problema.

Tratamento

Visa aliviar ou reduzir as dores; reverter ou limitar a progressão do problema; restaurar ou preservar a fertilidade.

  Para as mulheres que desejam engravidar

Costuma-se utilizar medicamentos que eliminarão os focos da doença levando a mensagem ao cérebro de que a mulher está grávida. Assim, a fase da menstruação deixa de acontecer. É um tratamento com tempo limitado, de cerca de 6 meses. Para as que passaram por tratamentos anteriores sem sucesso, pode-se tentar a gravidez naturalmente ou por inseminação artificial.


 
Para as mulheres que não querem mais ter filhos

O tratamento é com medicamentos, pode ser feito em qualquer idade e por um tempo mais prolongado. Se necessário, uma cirurgia poderá ser realizada sem a preocupação de as alterações anatômicas do ovário provocarem infertilidade ou dificuldade de engravidar.

A videolaparoscopia, feita por meio de pequenas incisões no umbigo e em outros pontos da barriga, consegue resolver o problema. Em alguns casos, os especialistas queimam com bisturi elétrico os focos de endometriose e, assim, eles deixam de sangrar. A coagulação a laser também pode ser feita.

 Diagnóstico

O diagnóstico da endometriose infiltrativa e profunda deve ser suspeitado inicialmente pela queixa clínica. As queixas mais comuns são: a dor profunda e desconfortável na relação sexual, cólicas intensas e, principalmente, as queixas intestinais. Entre estas últimas estão: o inchaço abdominal permanente, a dor, e a dificuldade na evacuação e algumas vezes sangramento pelo reto na época da menstruação.

O médico que examina deve perceber no exame ginecológico de toque vaginal e retal nodulações na região posterior do útero, espessamentos e principalmente dor durante o exame desta região. Caso a doença esteja localizada no intestino em uma região superior, o profissional pode não perceber, mas os exames complementares associados ao histórico clínico da paciente, ajudarão a esclarecer o diagnóstico. Da mesma forma que os outros tipos de endometriose, os exames laboratoriais de sangue chamados de "marcadores" devem ser dosados nos três primeiros dias da menstruação e, embora não garantam o diagnóstico nem a extensão da doença podem ajudar a nortear a pesquisa.

Exames de imagens são fundamentais. Entre eles o ultra-som endovaginal, que deve ser realizado por um profissional experiente. É um ótimo exame pela sua precisão e facilidade. Infelizmente existem poucos médicos com experiência para um diagnóstico preciso. Esta avaliação deve ser precedida por um preparo intestinal que esvazia ("limpa") o intestino, elimina as fezes ajudando a visibilizar as imagens. Quando este exame for insuficiente para a conclusão diagnóstica, recomenda-se a Ressonância Magnética Pélvica e a Ecocolonoscopia. Este último é um exame mais complexo que exige a sedação da paciente, mas ajuda a localizar melhor as lesões e a profundidade delas nos órgãos atingidos. A colonoscopia é mais simples e tem o objetivo de avaliar as lesões que penetram para o interior do intestino.