Parto

Parto normal (ou vaginal)

É a forma convencional de dar à luz, mas não precisa ser tão doloroso como era antigamente. Anestesias mais modernas, como a peridural e a raque, aliviam as dores do parto sem impedir que a mãe participe ativamente de todo o processo. O parto normal, comparado com a cesareana, evita possíveis complicações como hematomas, dores pélvicas e infecções, e ainda diminui o tempo da recuperação.

Ao chegar ao hospital, a mãe recebe acompanhamento da temperatura, pressão arterial e freqüência cardíaca do bebê. Medidas como o enema (lavagem intestinal) e a tricotomia (raspagem dos pêlos pubianos) não são mais procedimentos de rotina. No ritmo certo, as paredes do útero se contraem e fazem a devida pressão para impulsionar a criança para baixo e para fora. Em alguns casos, é feita a indução — estimulo das contrações com medicamentos ou com o rompimento precoce da bolsa; neste caso, com a saída do líquido da bolsa (líquido amniótico), o útero começa a se contrair, promovendo o desencadeamento ou a normalizacao do ritmo do trabalho de parto

 

Parto cesárea (ou cesariano)

É uma cirurgia, o que significa que deveria ser realizado apenas em casos específicos, como sofrimento fetal, desproporção do tamanho do bebê em relação à pelve (bacia óssea), posição fetal invertida ou inadequada do bebe, infecção por herpes genital, hipertensão materna mal controlada, pré-eclampsia, diabetes. Como em qualquer cirurgia, os riscos de recuperação são maiores, o que aumenta o cuidado com todos os procedimentos. A anestesia mais desejável é a raque ou peridural; mas, em condições excepcionais, pode ser necessária a anestesia geral.

Após desinfecção da pele do abdome da gestante, campos cirúrgicos estéreis de tecido são colocados naquela região, os braços são acomodados e mantidos fora da área operatória. Em seguida, as paredes do abdome são abertas cirurgicamente por planos até o útero (sete camadas) por uma incisão de 10 cm feita acima dos pelos púbicos. O bebê e, em seguida, a placenta são retirados; o médico revisa toda a área operada, sobretudo para avaliar se não há qualquer ponto sangrando, e então o corte é fechado com pontos, plano por plano.

De todos os tipos de parto, esse parto cirúrgico é o de recuperação mais difícil, por ser bem mais lenta e dolorida, além de apresentar maiores riscos de infecções

Parto sem dor"

Começa no pré-natal. A mãe deve receber informações necessárias de como reconhecer as contrações e a hora de ir para o hospital.

Os métodos psicoprofiláticos – os mais conhecidos são Bradley, Lamaze e Hipnobirth –, desenvolvidos especialmente nos Estados Unidos, treinam a respiração para o relaxamento e a concentração da gestante na hora do parto. Desta forma, a mãe se sente segura e sentirá menos dor.

No Brasil, o chamado “parto sem dor” é feito com a aplicação de anestesia raquianestesia ou peridural, que alivia ou até inibe a dor no período de dilatação e contrações. Mas isso não quer dizer que o parto será 100% sem dor, porque durante o período de dilatacao algumas sensações são necessárias para que a mãe tenha uma atitude pro-ativa e perceba o momento de empurrar o bebê para fora no momento do período expulsivo.

Entretanto, existe o risco de perda excessiva de sensibilidade, o que resulta na perda de controle da mãe sobre o parto. Alguns médicos aplicam a anestesia apenas nos momentos finais, quando o bebê está saindo do útero, uma alternativa que deveria, sempre que possível, ser adotada

 

Parto natural

Defendido pelos movimentos que lutavam pelo parto ativo (a mulher é quem faz o bebê nascer) nos anos 1980, o parto natural foi uma forma de retomar o sentido do nascimento e de seu processo natural.

Ele é igual em quase tudo ao parto normal, só que não há intervenções como anestesias, episiotomia (incisão no períneo, até há pouco tempo rotineira) e indução – o médico apenas acompanha atento o ritmo dos acontecimentos e a movimentação da mulher, no hospital ou em casa

 

Parto de cócoras ou Parto das Índias

Assim como o parto natural, o parto de cócoras oferece a mesma vantagem de recuperação rápida. As diferenças estão na posição da mãe na hora do nascimento da criança, que fica de cócoras, e na posição do bebê, que deve estar necessariamente de cabeça para baixo (posição cefálica).

A presença de um acompanhante, principalmente do companheiro é mais do que bem-vinda, por este poder participar ativamente, dando apoio com o corpo atrás da mulher. A posição conta com a ajuda da gravidade e intensifica a eficiência das contrações e o esforço da mãe, acelerando o procedimento.

Ao contrário da posição horizontal, no parto de cócoras o processo é mais rápido, bem mais confortável e a mulher não sofre compressão de importantes vasos sanguíneos, o que poderia levar ao sofrimento do feto. Outra vantagem é que a área da pélve é aumentada em até 40% e a elasticidade do períneo é menos comprometida (mantendo sua integridade), o que facilita a passagem do bebê; já na posição horizontal, o feto é obrigado como que subir durante a expulsão para vencer a forma da curva pélvica, e exige da mãe um esforço muito maior para o mesmo fim.

Pesquisas realizadas no Brasil e em outros países comprovam os benefícios desse tipo de parto. Janet Balaskas, que liderou o movimento pelo parto ativo em Londres, nos anos 1980, comprovou que o parto de cócoras, além de acelerar a recuperação, reduz incidência de depressão pós-parto e de dificuldades com amamentação.

No Brasil, o dr. Moysés Paciornik e seu filho, dr. Cláudio Paciornik, fizeram pesquisas em comunidades indígenas do Paraná sobre o parto de cócoras. Convencidos de suas inúmeras vantagens, criaram uma cadeira para ser usada em hospitais que permite várias posições para a mãe, sem comprometer o conforto do médico. Apesar da prática e eficiente invenção, alguns hospitais alegam não ter essas cadeiras à disposição, e por isso, não recorrem a esse tipo de parto. O dr. Cláudio Basbaum, além de ter tido a oportunidade de visitar aquelas reservas indígenas, pode aperfeiçoar-se na técnica do parto de cócoras na Clinica Paciornik.

 

Parto Leboyer ou Nascimento sem violência

Criado pelo médico francês Frédérick Leboyer, que foi o primeiro a dar a devida importância ao bebe e ao vínculo entre mãe e recém-nascido, no momento do nascimento. Foi introduzido no Brasil em 1974, pelas mãos do obstetra dr. Cláudio Basbaum e divulgada sob o nome de “Nascer Sorrindo”. Caracteriza-se pelo uso de pouca luz, silêncio principalmente depois do nascimento, massagem nas costas do bebê, ausência da famosa palmada para fazer o bebê chorar e abrir os pulmões: essa transição respiratória é feita de forma suave, esperando o cordão parar de pulsar, colo de mãe, amamentação precoce, banho perto da mãe, que pode ser dado pelo pai.

A presença do pai na sala de parto e sua participação no primeiro banho do bebê foi pela primeira vez no mundo preconizada e adotada pelo dr. Cláudio Basbaum, mesmo no parto cesareana.

O Parto Laboyer é um exemplo de renovação do ritual do nascimento e apontado por psicanalistas como um meio de reduzir o “trauma” que significa para o bebê a saída do útero materno. Estudos realizados em “Bebes-Leboyer” defendem que esse tipo de parto gera crianças mais seguras, autônomas precocemente e emocionalmente equilibradas

 

Parto na água

O parto é feita na água, de forma que o bebê sai suavemente de um líquido quentinho direto para outro. Em uma banheira com água na temperatura corpórea (37o), cobrindo toda a barriga e genitais, esse parto pode, assim como no de cócoras, ser realizado com o apoio de um acompanhante.

A água morna proporciona aumento de irrigação sangüínea, diminuição da pressão arterial e relaxamento muscular, o que provoca o alívio das dores e maior rapidez no trabalho de parto, se comparado ao parto natural, por exemplo. A água também ajuda na dilatação do colo de útero e dá maior flexibilidade ao períneo.

Começou na França com o obstetra Michel Odent, que usava banheiras com água quente para o conforto e alívio da dor das mães. Algumas delas se sentiam tão à vontade que os bebês nasciam ali mesmo. Esse tipo de parto se espalhou como um modismo pelo mundo inteiro e é opção de algumas gestantes.

Apesar das vantagens, esse tipo de parto não é recomendado para os prematuros, ou em casos de presença de mecônio, sofrimento fetal, mulheres com sangramento excessivo, diabetes, HIV positivo, Hepatite-B, Herpes Genital ativo e bebês com mais de 4 kg ou que precisem de monitoramento contínuo.Alem disso, requer condições de ambiente propicias além de profissional experiente neste tipo de assistência

 

Parto a fórceps

Procedimento realizado apenas nos últimos momentos do parto, para poupar ambos, mãe e filho. O parto a fórceps acontece via vaginal e, atualmente, é um recurso utilizado apenas em casos de emergência ou de sofrimento fetal. O fórceps é um instrumento que funciona como uma pinça especial, com as extremidades em forma de colher, que e’ inserida na vagina para apreender, orientar e tracionar de forma adequada a cabeça do bebê, auxiliando sua saída do útero através do canal de parto