Prematuros

 

 

Se seu filho tiver nascido antes de você completar 34 semanas de gestação, ele será levado imediatamente para o centro de tratamento intensivo (CTI ou UTI) neonatal. Você só poderá dar uma olhadinha rápida nele. Os pediatras vão agir rápido, e pode ser que você se assuste com toda a movimentação, mas lembre-se de que a agilidade é para dar as melhores condições ao bebê, e que os médicos estão acostumados a cuidar de crianças que nascem antes da hora.

Você vai poder visitar seu filho com frequência na UTI. Talvez você se sinta impotente para ajudá-lo, mas é importante contar com ajuda do pessoal de enfermagem para participar ao máximo desse momento. Você pode pegar na mãozinha dele, trocar a fralda, conversar com ele ou até participar do programa mãe-canguru, que investe no contato pele-com-pele dos pais para ajudar no desenvolvimento do prematuro.

Peça também orientações no hospital sobre como manter sua produção de leite para o bebê se ele ainda não puder mamar no peito. Você poderá tirar seu leite com uma bombinha ou com as mãos para continuar a fabricar o leite materno. Várias maternidades contam com bancos de leite, que são muito atuantes no caso de prematuros, tanto para receber leite doado como para fornecê-lo aos bebês que precisem.

Quando o bebê nasce entre 34 e 37 semanas de gestação, às vezes não precisa de nenhum tratamento especial. Pode ser até que nem precise ficar na incubadora e já possa ir direto para o seu quarto, para o alojamento conjunto. Ou talvez ele fique alguns dias na UTI, só para facilitar a respiração. O sistema de mãe e pai-canguru também pode ser oferecido a vocês, para proporcionar o ambiente ideal para seu filho se desenvolver

 

Cuidados especiais

 Devido ao fato dos seus orgãos não se encontrarem totalmente maduros, depois do nascimento o pequenino necessita de receber cuidados especiais, que podem durar desde poucas semanas até vários meses, de acordo com o grau de imaturidade. Por exemplo, os bebês cujos pulmões não estão suficientemente preparados e aqueles que pelo seu escasso desenvolvimento não têm força muscular para respirar sozinhos devem receber assistência respiratória mecânica.

Os bebês prematuros têm, além disso, dificuldades para regular a sua temperatura corporal, de modo que muitas vezes é necessário colocá-los numa incubadora. Se não se procedesse deste modo, a falta de regulação térmica dificultaria o aumento de peso, porque o bebê teria de gastar muitas calorias para conservar o calor e não conseguiria aproveitar o alimento. Quando é dada alta ao bebê, o seu mecanismo regulador geralmente já se encontra a funcionar. No entanto, devido ao seu pequeno tamanho e à escassa quantidade de gordura corporal, custa-lhe manter o calor.

Por isso, em casa, é preciso manter o ambiente aquecido (entre 22 e 23 graus), mas tendo o cuidado para que a temperatura não seja excessiva. E nunca deve guiar-se pelos pés ou pelas mãozinhas: todos os recém-nascidos prematuros ou não prematuros têm-nos, normalmente frios, mas isso não quer dizer que tenham frio. E mais, quando os pés e as mãos estão quentes é porque o bebê está excessivamente agasalhado ou tem febre.

A incubadora

A incubadora consiste numa espécie de berço hermético que mantém uma temperatura constante bem como o oxigênio e humidade, para evitar que o bebê perca calor. Ao ser transparente, pode-se ver perfeitamente o bebê, que se encontra despidinho. Quando o bebê nasce com menos de 1,8 quilos, geralmente coloca-se na incubadora até que ganhe peso. E se nasce com um peso maior, passará igualmente uns dias ali para ver como se adapta ao meio.

Uma vez que se comprove que tudo funciona bem, muda-se para o berço. A maior desvantagem das incubadoras é que o bebê se encontra separado da sua mamãe, e está provado que o contato materno é extremamente importante para o seu crescimento e desenvolvimento. Por isso, o ideal é que o pequenino seja alojado numa sala de cuidados intensivos, de maneira que possa ser acariciado e pegado ao colo, sempre com roupa estéril e as mãos devidamente higienizadas.

Tempo ao tempo

Embora o seu sistema nervoso esteja ainda imaturo, o bebê prematuro tem os sentidos em estado de alerta e reage, em particular, aos sons. No entanto, convêm sermos cautelosos e não cair na tentação tão comum, de hiper-estimulá-lo. É essencial para a evolução do bebê que se lhe preste muitíssima atenção e se saibam esperar os tempos de maturação. Entretanto, o contato com os pais deve ser o mais estreito possível. O ideal é que o papaio vá ver todos os dias à incubadora, ou mesmo a mamãe, assim que possa fazê-lo.

 

 A alimentação

 O bebê com menos de 34 semanas de gestação não conta com capacidade de sucção nem de deglutição. Por isso é alimentado através de uma sonda naso-gástrica, com pequenas quantidades de leite materno, e também se lhe administra soro. A sonda permite que gaste menos energias na sucção e aumente de peso mais rapidamente. À medida que o bebê evolui, aumenta-se a quantidade de leite materno e reduz-se o soro.

Quando o pequenino tem mais de 34 semanas e o seu peso já lhe permite sugar e engolir estas duas atividades requerem um grande esforço muscular pode começar a tomar o peito, que não só lhe fornece o melhor alimento, mas também o ajuda a criar um laço íntimo com a sua mamãe. Uma dúvida muito comum entre as mães de bebês prematuros é se terão leite. Não desespere: se o peito está estimulado produzirá a quantidade suficiente de leite para alimentar o seu bebê.

O estômago de um bebê prematuro é muito pequenino, de modo que uma vez em casa deve comer com frequência, embora isto signifique passar a maior parte do tempo a dar-lhe o peito ou o biberão. Convem ter sempre presente que aos prematuros lhes custa muito sugar; por isso demoram mais tempo a comer. É importante não os apressar. Se o pequenino se alimenta com leite de fórmula, é necessário esterilizar os biberões: não se deve esquecer que a sua resistência a infecções é menor. Para a incorporação dos alimentos sólidos é preciso esperar a indicação do médico.

É melhor prevenir...

O melhor que se pode fazer por um nascimento prematuro é evitá-lo. E a futura mamãe deve saber que isso depende, em grande parte, dos cuidados durante a gravidez. Daí a importância dos controlos médicos rigorosos, antecipados e periódicos. Muitos dos transtornos do desenvolvimento neurológico do bebê, assim como as sequelas durante os primeiros anos de vida alterações visuais ou diminuição da audição podem prevenir-se se forem detectados a tempo.

Do mesmo modo, a identificação precoce das dificuldades sociais ou emocionais e dos problemas na aprendizagem, permite aproveitar ao máximo todos os recursos disponíveis estimulações visuais, auditivas, tácteis e de equilíbrio - para melhorar a qualidade de vida do bebê e o vínculo com os seus pais. E lembre-se: embora se trate de um bebê prematuro, é importante tratá-lo com naturalidade. A advertência é válida, visto que muitos pais podem pensar que o seu filho é extemamente frágil e isso provoca que, muitas vezes, exagerem os cuidados.